Neymar brilhou na jogada do gol santista, marcado por Dracena, mas, no fim, equipe perdeu chances de obter umam vantagem mais tranquila
Sorte de quem tem Neymar
O ambiente era o melhor possível. Pacaembu lotado de torcedores otimistas, Robinho aparecendo para assistir ao duelo e dar uma força, Neymar querendo jogo. Só que o Cerro Porteño não veio a São Paulo para ser coadjuvante de um show santista. Marcando implacavelmente as saídas de bola do Peixe, os paraguaios prenderam os anfitriões no meio-campo.
O Santos sentia demais a falta de um armador. Sem Ganso, machucado, Muricy Ramalho achou melhor deixar Alan Patrick no banco. Apostou em Elano para armar jogadas. O problema é que o camisa 8, preso no meio de uma multidão de camisas vermelhas, não conseguia prender a bola na frente, muito menos dar sequência nas jogadas. O lado direito da defesa santista passou apuros, com lances equivocados de Pará, que jogou no lugar de Jonathan, lesionado. O técnico do Cerro, Leo Astrada, escalou o meia Torres bem aberto, quase como um ponta esquerda, dando trabalho para o ala santista. Pelo alto, os paraguaios ameaçavam em alguns lances.
Neymar brilha mais uma vez em campo pelo Santos (Foto: Miguel Schincariol / Globoesporte.com)
A situação era preocupante, mas o Santos tinha Neymar. Sorte de quem tem um jogador como ele. É craque e, como tal, não decepcionou. Jogador do improviso, da jogada inesperada, do drible improvável. Percebendo que o time não chegava, ele recuou e assumiu o papel de armador. Na verdade, se desdobrou para tentar fazer o que parecia impossível: armar e atacar ao mesmo tempo. Correndo, dando chapéus, apanhando, caindo, levantando, o prodígio alvinegro jogava por todos.Aos 43, o astro recebeu pela esquerda, foi deixando marcadores para trás e cruzou da linha de fundo. Edu Dracena subiu mais do que todo mundo e cabeceou. Um gol chorado. A bola bateu no travessão e caiu centímetros além da linha fatal. Um gol de Libertadores.
Vaias para Zé Eduardo e vitória garantida
Zé Eduardo não tem boa atuação (Foto: Reuters)
Perdendo o jogo, o Cerro se adiantou no segundo tempo, dando mais espaço para o Santos armar jogadas no meio de campo. Diferentemente do que aconteceu na etapa inicial, o Peixe conseguia tocar a bola no campo de ataque do adversário. No entanto, não conseguia invadir área paraguaia.Quando a bola chegava era para os pés de Zé Eduardo, que não dominava. Neymar buscava a aproximação, a tabela, mas o centroavante não correspondia. A cada jogada que errava, sentia o Pacaembu desmoronando em vaias sobre sua cabeça. A entrada de Maikon Leite em seu lugar foi comemorada como um gol pelos mais de 31 mil santistas que foram ao Pacaembu.
Com Maikon, o Santos passou a ter dois jogadores abertos pelas pontas, trocando de posições. Elano chegava pelo meio. O Peixe tinha espaços, a bola, mas não acertava jogadas. Neymar insistia em lances individuais, tentando resolver sozinho. Não dá para fazer tudo.
Enfim, o Peixe venceu e agora vai ao Paraguai tentando voltar à final da Libertadores após oito anos. A última vez foi em 2003, contra o Boca Juniors.
Rafael, Pará, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro); Adriano, Arouca, Danilo e Elano (Alan Patrick); Neymar e Zé Eduardo (Maikon Leite) | Barreto, Piris, Uglesich, Pedro Benítez e César Benítez; Cáceres, Júlio dos Santos, Villareal (Burgos) e Ivan Torres (Nuñes); Fabbro e Bareiro (Nanni) |
Técnico: Muricy Ramalho | Técnico: Leonardo Astrada |
Gols: Edu Dracena, aos 43 minutos do primeiro tempo; | |
Cartões amarelos: Villareal, Cáceres, Ivan Torres, Nanni (Cerro Porteño), Arouca, Neymar (Santos) | |
Local: Pacaembu. Data: 25/5/2011. Árbitro: Jorge Larrionda (URU). Auxiliares: Pablo Fandiño (URU) e William Casavieja (URU). Público e renda: 31.434 pagantes/R$ 1.286.140,00 |