segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Humilde, Guardiola ainda não vê Barça no nível do Santos de Pelé

Técnico exalta trabalho na base do clube catalão, elogia Thiago Alcântara e diz que ‘segredo’ do seu time é tocar a bola como o Brasil fazia antigamente

Por GLOBOESPORTE.COM Yokohama, Japão
 
 

O técnico Pep Guardiola, do Barcelona, mostrou humildade na entrevista coletiva após a goleada sobre o Santos, que garantiu ao seu time o bicampeonato mundial. Perguntado se este Barça é o melhor da história, o treinador, que conquistou 13 títulos em 16 possíveis durante sua gestão, emendou:
- Para chegar a este nível de jogo, foi preciso que houvesse as gerações anteriores. Os jogadores atuais viram as atuações dos que jogaram antes pelo clube, que também jogavam muito bem. Tomara que com o tempo possamos ser incluídos como um dos grandes do futebol de todos os tempos como o Santos de Pelé e outras tantas equipes – disse.
Considerado um dos grandes responsáveis pelo sucesso do Barcelona, o técnico Pep Guardiola também fez questão de exaltar o trabalho feito nas categorias de base da equipe.
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- Formamos jogadores a custo zero. Dos 11 jogadores que começaram como titulares, nove foram revelados nas categorias de base - salientou Guardiola, em entrevista coletiva, excluindo apenas o brasileiro Daniel Alves e o francês Abidal.
A arte de parar Neymar
Guardiola se mostrou especialmente contente com o primeiro tempo feito pelo Barça no Estádio Internacional de Yokohama e porque a equipe conseguiu fazer com que Neymar pouco aparecesse.
- Vimos cinco ou seis partidos do Santos, e sabíamos que era preciso estar preparado quando Neymar tivesse a bola - declarou o técnico espanhol.
Ele minimizou a própria importância ao ser perguntado sobre o desenho tático do time, que alguns consideraram ser um 3-7-0, e afirmou que a fórmula é simples.
- O que tentamos fazer é tocar a bola o mais rápido possível. Na verdade, é o que o Brasil sempre fez, segundo me contavam meus pais e meus avôs - acrescentou.
Elogios não só a Messi
Questionado sobre a importância de Messi na partida – autor de dois gols na decisão, o craque argentino foi eleito o melhor jogador do mundial -, Guardiola preferiu exaltar outros nomes.
- É fato (que ele jogou bem), mas não gostaria de apenas dar méritos a ele, mesmo sabendo que (Messi) é um jogador especial. O Iniesta e o Thiago (Alcântara) também fizeram um ótima partida. Nossos jogadores de defesa também. Estou satisfeito com a atuação global de todos – ressaltou.
O técnico ainda classificou o troféu obtido como "um prêmio difícil de se alcançar" e se disse feliz por conquistar o título no Japão, onde o Barça foi derrotado na final do Mundial de 2006, para o Internacional, e na disputa da Copa Intercontinental de 1992, para o São Paulo, quando Guardiola ainda atuava como jogador da equipe catalã.