segunda-feira, 16 de maio de 2011

Felicidade em três cores: Santa Cruz é campeão pernambucano 2011



Santa Cruz lutou do início ao fim do campeonato, conquistando o título de forma incontestável/Foto: Rodrigo Lobo/JC Imagem
Um time de guerreiros. Um grupo que honrou a camisa do Santa Cruz. Um treinador experiente, que respeitou os seus adversários e que conseguiu tirar o melhor dos seus comandados. Por fim e não menos importante, uma torcida apaixonada, que nunca largou o time nos momentos mais difíceis. Tudo isso fez do Santa Cruz o campeão pernambucano 2011. Um campeão com todos os méritos. Foi dono da campanha mais regular da competição. E soube aniquilar a força ofensiva do arquirival Sport. Nos quatro jogos diante do Leão, foram três vitórias e uma derrota. No primeiro jogo decisivo, na Ilha do Retiro, venceu por 2x0. O resultado deu a vantagem para o Tricolor no segundo jogo. Na grande decisão, a derrota para o Sport, por 1x0, não tirou o brilho da conquista. Comemora nação coral. Comemora Povão do Arruda. Podem gritar: É campeão!!!!!

Como era esperado, o Santa Cruz mostrou o mesmo futebol aplicado e a mesma forte marcação no campo. O time não deu espaços para o Sport, que encontrou dificuldades para criar as jogadas ofenvisas. O time coral, mesmo jovem, demonstrou tranquilidade. Tocou a bola na hora certa, esperou o adversário cometer erros para tentar o ataque.

Mesmo mostrando o futebol que todos conhecem, o Santa Cruz surpreendeu na sua formação. O meia Natan, afastado há bastante tempo do time titular por causa de uma contusão, apareceu entre os 11. O time coral teria, dessa forma, uma equipe mais ofensiva? Na teoria, sim. No entanto, na prática, o Santa Cruz manteve a mesma pegada de sempre. E esperou um erro do Sport para matar o adversáio.

A primeira chance do jogo surgiu parar o Santa Cruz. Landu aproveitou erro da zaga rubro-negra e chutou. Magrão fez boa defesa. Já o Sport tentava atacar pelas laterais. O jovem Renato foi mais acionado. Num desses cruzamentos, a bola foi para Bruno Mineiro, livre de marcação na área. O atacante escorregou e errou a finalização. A bola foi parar as mãos do goleiro Tiago Cardoso.

Aos 18 minutos, Renato cruzou a bola na área e André Oliveira conseguiu se antecipar a Carlinhos Bala, evitando a finalização do atacante rubro-negro. O Santa Cruz deu o troco num lance quase despretensioso. Weslley cobrou falta da intermediária, a bola pegou um efeito e quase surpreendeu o goleiro Magrão, que teve dificuldades para fazer a defesa.

Para quem precisa vencer de todo jeito, o Sport produziu muito pouco na primeira etapa. A equipe foi burocrática e, como dito acima, apostou apenas nas cobranças de escanteio de Marcelinho Paraíba e do lateral-direito Renato. Nem mesmo a presença do atacante Carlinhos Bala, que esteve ausente no primeiro jogo decisivo, foi capaz de deixar o time rubro-negro mais agudo. Bem postada e tranquila, a defesa coral parou mais uma vez o time rubro-negro e Carlinhos Bala quase não existiu em campo.

Marcelinho Paraíba foi muito bem marcado | Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem.

No segundo tempo, o técnico Zé Teodoro tirou o atacante Landú e escalou Thiago Cunha. Uma mudança que não fez mudar a postura da equipe coral. E nem precisava. O Sport voltou para a etapa complementar completamente perdido. Além do aspecto físico, o time rubro-negro mostrou nervosismo. Os rubro-negros não acertaram um passe sequer, estavam perdidos em campo, sem saber como atacar o Santa Cruz. O técnico Hélio dos Anjos fez mudanças: entraram Romerito e Tadeu, nos lugares de Wellington Saci e Bruno Mineiro, respectivamente. Depois, entrou Ciro na vaga de Bala. E nada mudou.

O treinador não fez mudanças táticas por sabia do risco estava correndo. Ele não fez alterações táticas na equipe na tentativa de torná-la mais ofensiva. Tinha consciência de que poderia tomar gols e, assim, a situação ficaria ainda mais difícil. O Santa Cruz foi uma equipe mais organizada e, por isso, mais perigosa. Continuou fechadinha, disputando a bola em cada centímetro do campo. E assim, o Tricolor deve duas grandes chances de abrir o placar. Uma com Gilberto, que, livre de marcação na área, finalizou mal. Depois, Têti, também livre, tocou para fora.

O Sport teve apenas uma chance clara, aos 35 minutos, quando, após bate-rebate na área, Ciro chutou e Tiago Cardoso defendeu. No final, o zagueiro rubro-negro Alex Bruno foi expulso ao fazer falta violenta em Weslley. Quando a partida já estava nos acréscimos, o time rubro-negro foi para cima e conseguiu um gol. Renato pegou o rebote e foi derrubado na área. Marcelinho Paraíba cobrou bem e fez 1x0.

Após a cobrança, o árbitro Sálvio Spínola apitou o final da partida. O Sport venceu o jogo, mas não a guerra. O meia Marcelinho Paraíba, de cabeça quente, ainda partiu para agredir os jogadores do Santa Cruz, mas tudo foi controlado. A cena não tirou o brilho da festa em três cores. O Santa Cruz começou o campeonato apontado como o mais fraco, que seria apenas um coadjuvante. Mas o Tricolor foi crescendo, ganhando força e conquistando o título estadual de forma incontestável. Os tricolores podem gritar com orgulho: "Guerreiros, Guerreiros, Time de Guerreiros!!!!"