quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Treino é treino, jogo é jogo?


Crianças e jovens com olhos atentos a bola, olhos atentos aos cones e tentando driblar esses objetos normalmente de cor laranja. Cena bem comum no ambiente de escolinhas e divisões de base de um clube de futebol. Muitas vezes também até nas equipes profissionais. Todo mundo já deve ter observado isso.
treino da seleção 
Um simples treino. Se tornou comum. Se multiplicou. Só não se sabe o porquê. Esse tipo de treinamento pode trazer consequências negativas no presente e principalmente no futuro. Não simular uma situação real ou mais próxima do real é um erro grave.
Cada vez mais os atletas devem estar acostumados as dificuldades de uma partida. E aí, surgem algumas perguntas:
Num jogo de futebol, será que os jogadores adversários ficam parados como cones? Será que ficam posicionados bem próximos e um atrás do outro como cones?
Respostas simples. Não.
Realidade distante de um jogo. O que se faz no treino, não acontece numa partida. Treinam para uma situação e na hora mais importante se deparam com outra e isso traz bem mais prejuízos técnicos aos atletas ou futuros atletas.
Quando se olha bastante para a bola tentando driblar os cones, força e condiciona o jogador a sempre estar olhando para baixo. Isso é péssimo no futebol. Limita a habilidade e uma qualidade essencial ao atleta de alto rendimento: a visão de jogo.
"A visão periférica é quase tudo no futebol. É através dela que o jogador vai conduzir o time e através dela que ele vai poder tomar a decisão de chutar, de fintar ou de saber a movimentação de um companheiro no jogo. Os cones diminuem essa visão. Num jogo o atleta acaba perdendo a bola e a jogada por não saber onde os jogadores do próprio time e os adversários estão posicionados", explica o técnico e professor universitário, Alexandre Julião.
Velhos hábitos que não podem ser repetidos.
Futebol moderno exige cada vez mais contato com a bola e repetição/simulação da realidade de uma partida de futebol.
Treino é treino, jogo é jogo?
Ditado que precisa ficar para trás.

Fonte arena Pernambuco