quarta-feira, 6 de abril de 2011

Curiosidade no mundo do futebol "Massagista brasileiro é funcionário e torcedor do Chelsea"

Da Folhapress
Em São Paulo

Quando criança, o mineiro Marcelo Ribeiro, 36, nem gostava muito de futebol. Simpatizava com o Corinthians, mas só torcia mesmo para a seleção brasileira. Como adulto, o esporte virou meio de ganhar a vida. E, também, uma paixão. "Até sonho que estou fazendo gols contra o Manchester."
Nesta quarta, Ribeiro estará no campo do Stamford Bridge, perto da meta do Manchester United. Mas não poderá fazer gols nas quartas de final da Copa dos Campeões.
Uma série de reviravoltas colocou o brasileiro entre os massagistas do Chelsea.
Em 1995, foi reprovado na prova de inglês de um processo seletivo para um emprego. Cansado da faculdade de administração, decidiu que iria aperfeiçoar o idioma. Pouco depois, sofreu um acidente de carro. Aproveitou o dinheiro do seguro para ir para Londres. "Queria ficar um ano. Mas arranjei uma namorada e daí fui ficando."
Na Inglaterra, vivia de bicos. Machucou o braço e as costas e, por indicação de colegas de academia, buscou a massagem como tratamento. Gostou tanto que passou a estudar o assunto. Fez cursos e estágios. Um deles, gratuito, em uma equipe de rúgbi.
Com o diploma de massagista, foi trabalhar em 2004 no Cirque du Soleil. Ficou pouco tempo. Logo, mudou-se para o Royal Ballet, a mais importante companhia de dança do Reino Unido.
Enquanto isso, fazia bicos no Fulham, time da primeira divisão inglesa. Lá, conheceu Jason Palmer, responsável por colocá-lo no Chelsea.
Há dois anos, Ribeiro, então no West Ham, reencontrou Palmer, já chefe dos fisioterapeutas dos Blues, em um jogo do Inglês. Recebeu convite para se juntar a ele.
Chegou em agosto de 2009 e conheceu astros do futebol mundial. "É lógico que tem estrelas lá dentro, tem gente que se acha melhor do que os outros. Mas o clima é bom."
Passou a frequentar as festas feitas pelos jogadores, inclusive uma noite de fogos de artifício que o zagueiro Terry organiza no início de novembro.
O capitão do Chelsea ganhou sua gratidão ao doar um par de chuteiras para que ele fizesse um leilão e bancasse parte do tratamento de câncer de uma sobrinha. Arrecadou cerca de R$ 8.000, já que o comprador decidiu mandar um dinheiro a mais.
Ribeiro, acostumado ao mundo do futebol, incorporou o discurso dos jogadores. Quer chegar à seleção. "É o meu sonho."