quarta-feira, 13 de abril de 2011

De Maradona a Falcão, Bolatti revive experiência: ídolos como técnicos

Treinado por maior mito argentino, volante agora é comandado por grande ídolo colorado, e especialista na função

Por Alexandre Alliatti Porto Alegre
Bolatti no treino do Internacional (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)Bolatti, já treinado por Maradona, agora conhece
Falcão (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)
Só Mario Bolatti pode calcular o que representou aquele jogo no Centenario, em Montevidéu, quase no final de 2009. Só o volante colorado pode dimensionar o que foi, diante de uma multidão de uruguaios em surto patriótico (eram épocas de eleições presidenciais no país), classificar a Argentina para a Copa do Mundo. Cabe só a ele o orgulho de ter feito o gol que colocou o maior ídolo de seu país, Diego Armando Maradona, no Mundial da África do Sul. El Dios era o técnico da seleção naquele momento. Bolatti era treinado por um ídolo. E agora volta a sê-lo: se não por um ídolo pessoal, é por um mito do clube onde atua.
Bolatti é volante. Não por acaso, ele ouve falar de Falcão há longo tempo, em referências saídas de seu pai, José Bolatti, que inclusive foi ao Beira-Rio na segunda-feira para ver o ex-craque de perto. O jogador colorado vê uma vantagem em ter ídolos no comando: a sabedoria que eles carregam de seus tempos como jogador.
- Não se pode comparar. Na verdade, não se pode comparar nenhum treinador. Cada um tem sua maneira. Ambos foram jogadores, conhecem o vestiário, a intimidade dos jogadores. Para um plantel como o nosso, com tantos jogadores de qualidade, isso é importante – disse Bolatti.
O volante acha uma boa ter Falcão, um dos melhores volantes já criados no planeta, como técnico agora. Ele espera aprender com o ex-jogador.
- É importante, sem dúvida. Tenho como técnico alguém que conhece a função que cumpro. É bom, porque posso aprender, tendo à frente uma pessoa que conhece a função, o clube, a torcida, tudo. Para mim, é importante. Tudo isso tem que ser aproveitado.
Bolatti não viu Falcão jogar. Ele acompanhou o técnico colorado apenas por imagens. Agora, espera conhecer melhor o ídolo colorado no trabalho diário. A expectativa de todos no Beira-Rio, inclusive dele, é grande. Mas o jogador pede calma.
- Temos que ter paciência, dar esse tempo de espera, saber o momento certo e ir passo a passo. Temos dois momentos importantes para o clube, pelo Gauchão e pela Libertadores. Precisamos pensar nisso.
Recentemente, Bolatti comemorou um gol pelo Inter dando um salto no ar, repetindo, quase com perfeição, um gesto de Falcão. As imagens circularam pela internet, em uma união do melhor de todos os volantes que o Colorado já teve e da nova referência do clube na função. E foi tudo por acaso. Bolatti só ficou sabendo da coincidência depois.