sábado, 5 de outubro de 2013

Ex-atletas contam que poderiam ter pago por convocação

Vágner e Catanha afirmam terem sido procurados por empresários para comprar vaga na Seleção Brasileira



A polêmica sobre antigas convocações para a Seleção Brasileira está ganhando novos capítulos. Os ex-jogadores Vágner e Catanha afirmaram terem sido procurados por empresários que desejavam vender a eles uma convocação no início de 2000, fomentando a declaração feita em abril por Luciano Bivar, atual presidente do Sport, sobre a entrada do volante Leomar para o time nacional em 2001

O ex-atacante Catanha revelou, em entrevista ao UOL Esporte, que foi oferecida a ele uma vaga na seleção brasileira em troca do pagamento de uma quantia entre US$ 20 mil e US$ 30 mil para o empresário. Diferente de Leomar, que acabou sendo chamado por Emerson Leão na ocasião, Catanha recusou a proposta e acabou por atuar pelo time espanhol em 2000, após ser naturalizado. Ele afirma não saber se Vanderlei Luxemburgo, técnico da seleção na época do contato dos lobistas, sabia ou não da proposta feita pelos empresários, dos quais diz não lembrar o nome. 
Além disso, Catanha declarou que a mesma situação aconteceu com o seu ex-companheiro de Celta, Vágner. O meio-campista, campeão da Libertadores de 1998 com o Vasco e do Paulistão de 2000 com o São Paulo, explicou que a abordagem aconteceu quando ele jogava pelo São Paulo, em 2000, pouco antes de se transferir para o Celta.
Ele diz que foi pedido a ele R$ 80 mil para ser convocado para a seleção de Luxemburgo. A negociação não se concretizou, e Vágner afirmou não ter conhecimento se o treinador sabia da investida. Posteriormente, o volante foi convocado por Leão para a disputa da Copa das Confederações de 2001 - a mesma competição que foi disputada por Leomar. Segundo o jogador, entretanto, ser chamado para aquela competição não teve relação com a ação dos lobistas.
Emerson Leão, questionado sobre as convocações compradas, não quis se envolver na polêmica e afirmou que não sabe de nada sobre as negociações, os empresários ou os jogadores envolvidos no caso.
Já Luciano Bivar não fez alarido entorno das declarações de Catanha e Vágner, usando o argumento de que alguns jogadores são alvos fáceis de empresários oportunistas. "A grande maioria [das propostas], 99% é papo furado. Eu tenho 69 anos, isso acontece em qualquer grande clube. Quando eu era novo era muito comum, hoje ninguém mais tem coragem de fazer estas ofertas", afirmou Luciano ao UOL Esporte.