Alvo de clubes brasileiros, Guilherme tenta recomeço no Dínamo de Kiev

Após demissão de treinador, atacante espera mais chances. Ex-cruzeirense diz ter sido procurado por Fla, Palmeiras e Corinthians no meio do ano

Por Thiago Dias Rio de Janeiro

 

Guilherme chegou ao Dínamo de Kiev em 2009,
mas nunca se firmou (Foto: AP)

No final de setembro o atacante Guilherme reclamou publicamente do técnico Valeriy Gazzaev pelo Twitter. Era um desabafo. O ex-cruzeirense não entendia por que não era escalado no Dínamo de Kiev, já que o próprio treinador havia vetado seu retorno ao Brasil no meio do ano. Pouco mais de dois meses depois, o atleta busca um recomeço. Gazzaev foi demitido e a janela de transferências de janeiro está perto de ser aberta. Seu nome volta a aparecer nas listas de clubes brasileiros. Hora de voltar ao país? O camisa 77 pensa antes de responder, bem diferente de quando escrevia na internet sem pensar duas vezes.
Guilherme chegou ao clube ucraniano no início de 2009, mas não conseguiu se firmar no time titular. A pedido de Zico, acabou emprestado por uma temporada ao CSKA de Moscou. O técnico brasileiro saiu antes mesmo da estreia do atacante, que teve boa passagem pela equipe russa. De volta a Kiev, recebeu a promessa de Gazzaev que seria mais utilizado. Não foi. Poucos dias depois de reclamar do treinador pelo Twitter, ele foi demitido para a chegada de Oleh Luzhny.
- Quando explodi no Twitter foi um pouco de imaturidade minha. Não tenho nada contra o Gazzaev pessoalmente, mas ficou um clima ruim. Tive propostas de clubes brasileiros e do exterior e ele fez questão de me segurar, disse que eu seria importante. Mas ele nunca me colocava. O presidente acabou chamando minha atenção por causa do Twitter e ele está certo - disse o ex-cruzeirense, por telefone.
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Depois da troca de treinador, Guilherme passou a jogar mais. A concorrência no ataque do Dínamo é grande. O camisa 10 Artem Milevskyy é titular absoluto. O ex-santista André, convocado sempre por Mano Menezes, também briga por um lugar. Sem falar no ídolo Shevchenko, "dono" do time.
- Não sei o motivo, mas nem sempre Shevchenko está presente aqui. Não converso muito com ele, mas sempre que posso tento aprender alguma coisa. Ele é um dos grande, é diferente. Tem muito respeito por aqui. Ele é um concorrente forte no ataque, mas não acredito que seja o motivo por falta de oportunidades - afirmou.
O atacante diz que recebeu ligações de Flamengo, Corinthians e Palmeiras antes do início da temporada europeia. Mas o veto de Gazzaev acabou com a vontade de voltar ao Brasil. Hoje, sem o treinador no Dínamo, Guilherme evita especulações sobre um possível retorno ao futebol pentacampeão mundial. Seu contrato com o time de Kiev vale até 2014.
- Depois que eu saí do Cruzeiro em 2008, os campeonatos de 2009 e 2010 foram muito bons no Brasil. Não descarto uma volta... Mas agora estou me sentindo bem aqui, as oportunidades estão aumentando. Como a janela vai abrir em breve, acho que pode acontecer algo. Até agora, ninguém me ligou, não chegou nada. Se for uma proposta que agrade ao Dínamo, sei que vão analisar - disse o jogador, negociado pelo clube mineiro com os ucranianos por € 5 milhões (R$ 11 milhões) mais o atacante Kleber, atualmente no Palmeiras.