segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Entrevista ao site oficial do Clube


O novo técnico do Galícia posa para foto no Parque Santiago/Foto: Murilo Gitel

Quem se depara com Cleibson Ferreira pela primeira vez, demora a acreditar que está diante de um técnico de futebol experiente, com passagens por clubes do Nordeste e até mesmo da Bolívia, onde ele também atuou como jogador. Aos 38 anos, o treinador ainda demonstra o jeitão de um atleta e o sorriso de um menino. No entanto, basta uma rápida conversa com o profissional para perceber que determinação não lhe falta. Um bom exemplo é o fato de que o novo técnico do Galícia deixou a esposa e o filho de menos de um ano de idade em Pernambuco, em busca de um só objetivo: ajudar o granadeiro a subir para a primeira divisão do Campeonato Baiano.

Anunciado na quinta-feira, 27 de janeiro, o novo treinador do Galícia concedeu entrevista ao assessor de imprensa do clube, Murilo Gitel, na sede administrativa do Parque Santiago. Conheça agora parte da filosofia de trabalho de Cleibson Ferreira e o que ele pretende para o clube em 2011.

Site oficial: Em primeiro lugar, seja bem vindo! Quando você foi convidado para ser o técnico dos Profissionais do Galícia?

Cleibson Ferreira: Os primeiros contatos do clube para comigo foram feitos em 2010. No entanto, como já havia terminado o Campeonato Baiano da 2ª Divisão, eu acabei ficando com a Base [juvenil]. A direção me apresentou um projeto muito interessante, que tem o objetivo de recolocar o Galícia na 1ª Divisão do Campeonato Baiano e foi isso que me motivou a sair de Pernambuco.

Site oficial: O diretor das Categorias de Base do Galícia, Amilton Rego, é pernambucano, assim como você. Ele já conhecia o teu trabalho?

Cleibson Ferreira: O Amilton conhecia o meu trabalho desde os tempos de Náutico, clube pelo qual se eu não me engano ele é conselheiro. Eu trabalhei lá três anos, desde as categorias de base até o profissional, onde fui auxiliar técnico e também treinador principal da equipe B. Então, de uma forma ou de outra ele e Nonato me procuraram eu acabei vindo.

Site oficial: Você chegou a ser Observador Técnico das Seleções Brasileiras de Base aqui no Nordeste e teve uma passagem muito vitoriosa na Base do Náutico. No entanto, você também treinou equipes profissionais. Quais foram esses clubes?

Cleibson Ferreira: Eu comecei minha carreira de treinador na Bolívia, onde eu tive uma boa passagem ainda como jogador. Eu treinei o Sub-20 de uma equipe chamada Deportiva Fancesa e depois treinei o Stormers (Profissional). Desde então, eu trabalhei em outros clubes, como o Imperatriz do Maranhão, no Vera Cruz de Pernambuco (na 1ª divisão), no Codó (MA) – depois é que eu fui trabalhar com a Base do Náutico.

Site oficial: Qual foi o planejamento que a diretoria passou para você, a medida que o Campeonato Baiano da 2ª Divisão começa no dia 3 de abril?

Cleibson Ferreira: Nós começamos o trabalho cedo porque não temos tempo a perder. O clube não pode mais errar. Quanto menos errarmos será proveitoso. Durante 15 dias faremos avaliações, pois tem muitos jogadores aqui para serem avaliados. Depois disso, em meados de fevereiro, nós começaremos de fato a nossa pré-temporada, quando já teremos os primeiros reforços e uma noção do grupo com o qual vamos trabalhar. É natural que eu indique alguns atletas, até porque nós sabemos que iremos disputar uma competição difícil, mas também pretendemos contar com alguns dos jogadores que deram certo aqui no clube em um passado recente, que deixaram uma boa impressão.

Site oficial: E como é o estilo Cleibson de trabalhar?

Cleibson Ferreira: Eu sou disciplinador, um pouco rígido. Eu gosto de trabalho, dedicação e comprometimento. Eu não sufoco ninguém, porém, os atletas precisam saber porquê eles vieram. Eles estão em uma cidade praiana, bonita, maravilhosa, mas o intuito aqui é fazer um bom trabalho e subir a equipe – para tanto é preciso disciplina.

Site oficial: Você é um treinador bastante jovem (38 anos), apesar de já possuir certa experiência. Como lidar com essa meninada?

Cleibson Ferreira: Esta é uma pergunta muito interressante. Eu recentemente estava conversando com o Roberto Fernandes, que é um ano mais jovem do que eu, e com o Dado Cavalcanti, lá de Pernambuco, que também tem a minha faixa etária. Sempre tocamos nesse assunto: pôxa, o treinador jovem… Eu comparo o treinador jovem ao atleta jovem. Ele quer o espaço dele e quando a oportunidade é dada, ele faz de tudo para aproveitá-la da melhor forma possível.

Site oficial: Em relação ao esquema tático de jogo, há treinadores que preferem o 4-4-2, outros o 3-5-2 e, agora a grande moda é o 4-2-3-1, utilizado pela maioria das seleções na última Copa do Mundo, por exemplo. Você tem um esquema preferido?

Cleibson Ferreira: Falar sobre esquema de jogo é bastante delicado. Depende muito dos jogadores que você têm no grupo. Não adianta eu chegar aqui e dizer que gosto de um sistema bem ofensivo, com três atacantes, se eu não tenho esses três atacantes de qualidade aqui. Eu gosto de uma equipe ofensiva, que joga bonito, faz muitos gols, mas também gosto muito do time que marca muito. Além do mais, nós podemos mudar o esquema durante o jogo, a depender das circunstâncias.

Site oficial: O Galícia já está na segunda divisão do Campeonato Baiano há 11 anos. Naturalmente, o torcedor, que é apaixonado, sofre muito com essa situação, levando-se em conta que o Galícia tem uma história gloriosa. Os últimos técnicos que passaram por aqui demonstraram ter sentido essa pressão. Você está preparado para enfrentá-la?

Cleibson Ferreira: Com certeza. O futebol brasileiro é isso. Não é só com o Cleibson Ferreira, mas também com o Vanderlei Luxemburgo, com o Muricy Ramalho – a pressão existe a todo tempo. É a cultura do nosso futebol, que infelizmente só vê o resultado. Mas de ums coisa você pode ter certeza: nós vamos formar uma equipe competitiva, capaz de chegar bem na frente, criar várias situações de gol e, ao mesmo tempo, com muito poder de marcação.

Site oficial: Você tem acompanhado o futebol baiano?

Cleibson Ferreira: Nessa profissão, nós sempre estamos atentos ao mercado. Eu conheço bons jogadores aqui no futebol baiano e no restante do Brasil, mas meu foco de atuação nos últimos anos tem sido o Nordeste. Eu sempre estou buscando informações. Sento, por exemplo, com os diretores do Galícia para saber quem já passou por aqui, como passou, onde está. Leio matérias nos jornais, acesso sites – todo esse trabalho é importante.

Site oficial: Como está sendo formada sua Comissão Técnica?

Cleibson Ferreira: O preparador físico já está aqui [no PST]. É o Joilton Simões, que estava no Picos (PI). Até domingo deve chegar o meu auxiliar técnico, Paulo Araújo, que trabalhou comigo no Petrolina (PE). Faremos de tudo para formarmos uma comissão técnica focada nesse objetivo de subir para a primeira divisão. Fui procurado por outros clubes e comentei desse interesse junto a diretoria do Galícia, mas escolhi esse grande desafio de trabalhar aqui, de subir para a primeira divisão.

Site oficial: Sua família ficou em Pernambuco?

Cleibson Ferreira: Sim. Sou casado, tenho um filho recém nascido, o que me dói bastante, mexe bastante com a gente, mas dá muita motivação para lutar. Quando eu cheguei para trabalhar no Juvenil do Galícia ele só tinha 15 dias de vida. Então, certamente eu vou dizer para os meus jogadores: olha, cara, eu não deixei meu filho lá para vir brincar aqui. O momento agora é de trabalho e é através dele que eu tiro o meu sustento. A palavra chave do grupo desse ano é comprometimento. Vocês vão ver um grupo comprometido, a fim de fazer com que esse clube volte para o lugar de onde nunca deveria ter saído. Um Galícia renovado, vencedor, que em breve voltará à mídia, com muita coisa boa para mostrar.

Fonte : Site oficial do Galícia E.C