Campeão mundial faz um lindo gol e São Paulo vive noite especial na vitória por 3 a 2 sobre o Linense, no Morumbi
Giuliander Carpes - O Estado de S.Paulo
Há tempos o torcedor são-paulino não vivia uma noite tão especial. Pena que menos de 15 mil pagantes assistiram a um verdadeiro show de Rivaldo, complementado com mais um gol de falta do ídolo Rogério Ceni. E assim o São Paulo encantou até a torcida do Linense, que, pequena mas barulhenta, marcou presença no Morumbi e viu a derrota de seu time por 3 a 2.
Tudo bem que Rivaldo tem uma personalidade discreta, não gosta de festas e celebrações exageradas. Mas o pentacampeão mundial merecia pelo menos um pouco mais de público no Morumbi para apreciar sua estreia com a camisa do São Paulo. O tempo chuvoso também prejudicou um pouco, é verdade.
O primeiro tempo foi sonolento. Parecia que a personalidade de Rivaldo havia contagiado o time, embora o camisa 10 mostrasse lampejos daquele jogador que comandou a seleção brasileira na conquista da Copa do Mundo de 2002 - em certo momento, acossado por Marcus Vinicius, passou a bola pelo meio das pernas do volante Marcelo Santos.
Quem deixou de ir ao Morumbi, perdeu, na verdade, uma segunda etapa eletrizante. E inesquecível - principalmente o início e o fim. O Linense saiu na frente logo aos 6 minutos, quando o lateral Eric aproveitou uma "pixotada" do zagueiro Miranda para concluir sozinho da entrada da área. Foi o gol que soou o alarme para acordar o São Paulo.
Rivaldo tem 38 anos, quase 39 - faz aniversário em abril. Não jogava uma partida oficial desde agosto do ano passado, quando ainda estava no apagado futebol usbeque. Já não se notabilizava pela velocidade em seus bons tempos. Mas técnica não tem idade. Basta conversar com a redonda com frequência, relacionamento que o veterano mantém com afinco e afeição. No momento certo, a bola retribui o carinho. O camisa 10 do São Paulo marcou ontem gol que poucos jogadores profissionais conseguem numa carreira inteira.
Um gol que merece uma descrição detalhada. Aos 11 minutos, na entrada da área, Rivaldo recebeu passe à meia altura de Dagoberto. Não se importou com a marcação apertada de um zagueiro. Num único toque, com a coxa, deu um lençol no atônito defensor. Com a maestria de um craque, apareceu livre na frente do goleiro Paulo Musse para tocar para as redes com categoria. Golaço. "É para isso que me preparo para jogar bola", disse Rivaldo, humilde, depois de valorizar o passe de Dagoberto. "Retornar ao Brasil e marcar um gol na estreia me deixa feliz."
O jogo podia terminar ali, na parte da felicidade contagiante. Mas o São Paulo ainda precisava virar o jogo contra o modesto Linense - e o árbitro Milton Etsuo Ballerini quis aparecer um pouco dando bobo cartão amarelo a Rivaldo porque ele comemorou o gol com a camisa na cabeça.
Não demorou muito para isso. Marlos empatou num chute da entrada da área aos 18 minutos. E Rivaldo seguiu encantando. Na intermediária defensiva, o craque deu outro lençol, daqueles que Falcão costuma fazer no futsal - apenas um toque na bola - desta vez num desavisado meia rival. A torcida veio abaixo.
O Morumbi se incendiou ainda quando Rogério preparou-se para cobrar falta aos 40 minutos. Era noite para o torcedor são-paulino vibrar como há muito não fazia. Porque o goleiro anotou seu 96.º gol da carreira - 94.º em jogos oficiais. "Um dia o 100.º vai chegar", profetizou o capitão, que logo depois tomaria o segundo do Linense.
Rivaldo continuou seu show até o último minuto, desta vez com um passe de letra que ligou contra-ataque. Infelizmente o jogo tinha de terminar. "Não gosto de falar de mim", explicou o craque. Não precisa. A mágica em campo fala por ele.
Tudo bem que Rivaldo tem uma personalidade discreta, não gosta de festas e celebrações exageradas. Mas o pentacampeão mundial merecia pelo menos um pouco mais de público no Morumbi para apreciar sua estreia com a camisa do São Paulo. O tempo chuvoso também prejudicou um pouco, é verdade.
O primeiro tempo foi sonolento. Parecia que a personalidade de Rivaldo havia contagiado o time, embora o camisa 10 mostrasse lampejos daquele jogador que comandou a seleção brasileira na conquista da Copa do Mundo de 2002 - em certo momento, acossado por Marcus Vinicius, passou a bola pelo meio das pernas do volante Marcelo Santos.
Quem deixou de ir ao Morumbi, perdeu, na verdade, uma segunda etapa eletrizante. E inesquecível - principalmente o início e o fim. O Linense saiu na frente logo aos 6 minutos, quando o lateral Eric aproveitou uma "pixotada" do zagueiro Miranda para concluir sozinho da entrada da área. Foi o gol que soou o alarme para acordar o São Paulo.
Rivaldo tem 38 anos, quase 39 - faz aniversário em abril. Não jogava uma partida oficial desde agosto do ano passado, quando ainda estava no apagado futebol usbeque. Já não se notabilizava pela velocidade em seus bons tempos. Mas técnica não tem idade. Basta conversar com a redonda com frequência, relacionamento que o veterano mantém com afinco e afeição. No momento certo, a bola retribui o carinho. O camisa 10 do São Paulo marcou ontem gol que poucos jogadores profissionais conseguem numa carreira inteira.
Um gol que merece uma descrição detalhada. Aos 11 minutos, na entrada da área, Rivaldo recebeu passe à meia altura de Dagoberto. Não se importou com a marcação apertada de um zagueiro. Num único toque, com a coxa, deu um lençol no atônito defensor. Com a maestria de um craque, apareceu livre na frente do goleiro Paulo Musse para tocar para as redes com categoria. Golaço. "É para isso que me preparo para jogar bola", disse Rivaldo, humilde, depois de valorizar o passe de Dagoberto. "Retornar ao Brasil e marcar um gol na estreia me deixa feliz."
O jogo podia terminar ali, na parte da felicidade contagiante. Mas o São Paulo ainda precisava virar o jogo contra o modesto Linense - e o árbitro Milton Etsuo Ballerini quis aparecer um pouco dando bobo cartão amarelo a Rivaldo porque ele comemorou o gol com a camisa na cabeça.
Não demorou muito para isso. Marlos empatou num chute da entrada da área aos 18 minutos. E Rivaldo seguiu encantando. Na intermediária defensiva, o craque deu outro lençol, daqueles que Falcão costuma fazer no futsal - apenas um toque na bola - desta vez num desavisado meia rival. A torcida veio abaixo.
O Morumbi se incendiou ainda quando Rogério preparou-se para cobrar falta aos 40 minutos. Era noite para o torcedor são-paulino vibrar como há muito não fazia. Porque o goleiro anotou seu 96.º gol da carreira - 94.º em jogos oficiais. "Um dia o 100.º vai chegar", profetizou o capitão, que logo depois tomaria o segundo do Linense.
Rivaldo continuou seu show até o último minuto, desta vez com um passe de letra que ligou contra-ataque. Infelizmente o jogo tinha de terminar. "Não gosto de falar de mim", explicou o craque. Não precisa. A mágica em campo fala por ele.